BARTOLOMEU DA ROCHA
FAGUNDES, DEPUTADO PROVINCIAL NA PRIMEIARA LEGISLATURA, DE 1835 A 1837
POR LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
O Pai do Vigário
Bartolomeu tinha o mesmo nome do Filho , estabelecendo confusões quando se
depara a identidade em épocas distantes
Nascera na Paraíba no
ano de 1799 porque iniciado na Loja Maçônica Sigilo Natalense a 16 de maio de
1837, disse ter quarenta e sete anos de idade. Teve o nome maçon de Telleyrand.
Ficara uns tempos em
Vila Flor onde nasceram os primeiros quatro filhos, dos dez que houve. Em Vila
Flor nascera o filho Vigário e não em Natal. como aparece em livro de História.
Em 1815 e não 1813.
O velho Bartolomeu foi
figura poderosa no Partido Liberal que então se denominava Sulista. Apareceu
votado nas batalhas, iniciais, denunciadoras de prestígio. Na terceira eleição
para o Conselho do Governo, a 17 de novembro de 1828, foi o sexto Conselheiro.
No dia seguinte houve eleição para o Conselho Geral da Província. Bartolomeu
foi igualmente eleito Conselheiro, o quinto entre os treze, empossado a 6 de
novembro de 1830
O Ato Adicional criou
a Assembléia Legislativa em todas as Províncias do Império. Tivemos eleição a
10 de novembro de 1834 na Igreja Matriz. Bartolomeu quase foi eleito Deputado
Provincial, o décimo-sétimo. a nono entre os vinte mais votados. Teve vinte e
nove votos! Perdeu na apuração geral, atendendo-se às preferências dos outros
colégios eleitorais do interior.
Cinco vezes
mandaram-no à Assembléia Legislativa Provincial, 1838-39, 40-41, 42-43, 44-45 e
46-47. Em 1841 foi Vice Presidente da Assembléia assim como em 1845 sendo
presidente João Carlos Wanderley e o bacharel Francisco de Souza Ribeiro
Dantas.
Faleceu em fins de
1846 ou princípios de 1847. Não encontrei seu registro de óbito. Substituiu-o
na Assembléia o deputado suplente bacharel João Valentino Dantas Pinajé
O velho Bartolomeu era
homem vivo, tomando parte nas discussões, apreciando-as com propriedade e
clareza. Ê nome de fácil encontro nas atas.
Entre outras
reminiscências deixou a autoria única do projeto que se tomou a lei nº 71, de
10 de novembro de 1841. denominando Vila da Maioridade à antiga Povoação do
Martins. A mesma lei criou a comarca da Maioridade, sendo o primeiro Juiz de
Direito o dr. João Valentino Dantas Pinajé, o mesmo que o substituiria na
Assembléia.
O velho Bartolomeu era
filho de Francisco Gomes de Melo e de Maria do Espírito Santo, paraibanos.
Casara com Florência Gomes de Jesus, filha de José Gomes Ferreira, português da
Aguçadora, conselho da Póvoa do Varzim, distrito do Porto, e de Maria Josefa da
Apresentação, nascida na cidade do Natal.
Fonte: CÃMARA CASCUDO,
Luís da. Uma História da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte.
Natal-RN, Fundação José Augusto, 1972. (págs. 320-321)